2016
Blackstar, o testemunho derradeiro. "How many times does an angel fall? How many people lie instead of talking tall?"
Blackstar foi lançado a 8 de janeiro, o dia do 69º aniversário de David Bowie, tendo sido recebido com elogios unânimes. Apenas dois dias depois, anunciou-se que Bowie falecera de cancro no seu apartamento de Nova Iorque (o facto de se ter tratado de cancro do fígado só viria a ser revelado mais tarde). O mundo ficou em choque e o álbum ascendeu à primeira posição em 28 países. Com justiça, na verdade, visto que se tratava de um dos álbums mais inovadores e inspirados que o músico criou.
Na altura, Tony Visconti, que produzira o álbum com Bowie em segredo, publicou uma declaração na sua página do Facebook, na qual afirmava: “Ele sempre fez o que quis. E quis fazê-lo à sua maneira e o melhor possível. A sua morte não foi diferente da sua vida – uma obra de Arte. Criou Blackstar para nós, foi a sua prenda de despedida. Já há um ano que eu sabia que iria ser assim. Não estava, no entanto, preparado. Ele era um homem extraordinário, cheio de amor e de vida. Ficará sempre connosco. Por agora, podemos chorar”. Segundo a Rolling Stone, num artigo publicado a 13 de janeiro, Visconti contou que, embora soubesse desde novembro que o seu cancro era terminal, Bowie estava pronto para fazer mais um álbum e já lhe apresentara cinco demos. Relativamente aos boatos recorrentes sobre eventuais problemas de saúde de Bowie desde que sofrera o ataque cardíaco na A Reality Tour, Visconti explicou: “Na verdade, quando o encontrei em 2008 ou 2009, ele tinha ganho algum peso. Estava robusto. Tinha as faces rosadas. Não estava doente. Tomava remédios para o coração. Mas era normal, muita gente nos cinquentas ou sessentas toma remédios para o coração e vive vidas muito longas. Portanto, ele lidava com isso muito, muito bem”. Visconti recordou ainda que tinha reparado no tom de algumas das letras de Blackstar e lhe dissera: “Seu espertinho! Estás a escrever um álbum de adeus”. Em resposta Bowie limitou-se a gargalhar. “Ele era tão forte e corajoso. E a sua energia era ainda incrível para um homem com cancro. Nunca mostrou medo nenhum. Estava simplesmente ocupadíssimo com o álbum”.
Assim sendo, talvez ainda possamos vir a escutar alguns inéditos de Bowie – não produzidos por ele, naturalmente.
Curiosamente ainda, Mike Garson, que não participou em Blackstar, recordou que quando se encontravam em tournée no final dos anos noventa, Bowie lhe tinha dito: “Certa vez, no final dos anos 70, encontrei um vidente que me disse que iria morrer por volta dos 69, 70 anos e que mo disse com total certeza. Não se parecia com as divagações de um desses malucos do costume: foi uma coisa que não nos deixou dúvidas. Nunca o contei a ninguém, mas nunca deixei de pensar nisso”.
Entretanto, os prémios continuam… Em 2016, Bowie ganhou o Icon Award dos Brit Awards, atrubuído a título póstumo, bem como o prémio Best Reissue da NME, por Five Years 1969-1973, a primeira de uma série de box sets de Bowie, com saída prevista para 25 de setembro. Finalmente, uma nova constelação de sete estrelas foi nomeada Alladin Sane, como o álbum de 1973, e o Cincinatti Zoo and Botanical Garden batizou um pinguim azul, o primeiro animal a lá nascer em 2016, Bowie.
Na altura, Tony Visconti, que produzira o álbum com Bowie em segredo, publicou uma declaração na sua página do Facebook, na qual afirmava: “Ele sempre fez o que quis. E quis fazê-lo à sua maneira e o melhor possível. A sua morte não foi diferente da sua vida – uma obra de Arte. Criou Blackstar para nós, foi a sua prenda de despedida. Já há um ano que eu sabia que iria ser assim. Não estava, no entanto, preparado. Ele era um homem extraordinário, cheio de amor e de vida. Ficará sempre connosco. Por agora, podemos chorar”. Segundo a Rolling Stone, num artigo publicado a 13 de janeiro, Visconti contou que, embora soubesse desde novembro que o seu cancro era terminal, Bowie estava pronto para fazer mais um álbum e já lhe apresentara cinco demos. Relativamente aos boatos recorrentes sobre eventuais problemas de saúde de Bowie desde que sofrera o ataque cardíaco na A Reality Tour, Visconti explicou: “Na verdade, quando o encontrei em 2008 ou 2009, ele tinha ganho algum peso. Estava robusto. Tinha as faces rosadas. Não estava doente. Tomava remédios para o coração. Mas era normal, muita gente nos cinquentas ou sessentas toma remédios para o coração e vive vidas muito longas. Portanto, ele lidava com isso muito, muito bem”. Visconti recordou ainda que tinha reparado no tom de algumas das letras de Blackstar e lhe dissera: “Seu espertinho! Estás a escrever um álbum de adeus”. Em resposta Bowie limitou-se a gargalhar. “Ele era tão forte e corajoso. E a sua energia era ainda incrível para um homem com cancro. Nunca mostrou medo nenhum. Estava simplesmente ocupadíssimo com o álbum”.
Assim sendo, talvez ainda possamos vir a escutar alguns inéditos de Bowie – não produzidos por ele, naturalmente.
Curiosamente ainda, Mike Garson, que não participou em Blackstar, recordou que quando se encontravam em tournée no final dos anos noventa, Bowie lhe tinha dito: “Certa vez, no final dos anos 70, encontrei um vidente que me disse que iria morrer por volta dos 69, 70 anos e que mo disse com total certeza. Não se parecia com as divagações de um desses malucos do costume: foi uma coisa que não nos deixou dúvidas. Nunca o contei a ninguém, mas nunca deixei de pensar nisso”.
Entretanto, os prémios continuam… Em 2016, Bowie ganhou o Icon Award dos Brit Awards, atrubuído a título póstumo, bem como o prémio Best Reissue da NME, por Five Years 1969-1973, a primeira de uma série de box sets de Bowie, com saída prevista para 25 de setembro. Finalmente, uma nova constelação de sete estrelas foi nomeada Alladin Sane, como o álbum de 1973, e o Cincinatti Zoo and Botanical Garden batizou um pinguim azul, o primeiro animal a lá nascer em 2016, Bowie.